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19 de fevereiro de 2015

Asterios Polyp, David Mazzucchelli

Autor: David Mazzucchelli
Páginas: 344
Ano: 2011
Editora: Quadrinhos na Cia

Sejam as tiras da Turma da Mônica, os mangás japoneses ou as HQs da Marvel, desde pequeno sempre fui fã de história em quadrinhos, hoje em dia elas são até o meu remédio contra as ressacas literárias, pois toda vez que uma ressaca me pega, corro para alguma HQ ou graphic novel e é sempre tiro e queda, me divirto e "me curo".

Abrindo um parênteses aqui: você sabe a diferença entre HQ e graphic novel? 
Basicamente HQs são histórias contínuas, com várias edições, como é o caso de Batman, Superman, Homem Aranha e outros. Já as graphic novels são história com começo, meio e fim, como Retalhos, Persépolis, Habibi, etc. 
Eu não sabia dessa diferença até pouco tempo e achei muito interessante. Vivendo e aprendendo...

Mas enfim, a última graphic novel que passou em minhas mãos foi Asterios Polyp, do autor David Mazzucchelli, quadrinista conhecido por trabalhos na Marvel Comics. Foi ele quem desenhou Batman: Ano Um, da DC Comics, considerada por muitos uma da melhores história do herói. fonte. Eu fiquei muito interessado na obra desde que li a sinopse e não via a hora de poder apreciar o trabalho do autor. Leitura concluída, David me surpreendeu com uma história profunda, cheia de filosofia e muito tocante. 

A narrativa começa nos mostrando Asterios, um homem de cinquenta anos que vive sozinho em um apartamento, até que numa noite um raio atinge seu prédio e os acontecimentos após esse incidente vão fazê-lo sair dessa zona estável e e ele entra em uma jornada de redescobrimento pessoal.

Desde o início é notável o ar de solidão que envolve o personagem, a sua expressão e todo o contexto em que ele se encontra dão a história um tom de pesar, de tristeza. No momento que ele sai do prédio em chamas e vai em busca de um sentido àquilo tudo, começamos a conhecer Asterios Polyp, quem ele era e o que ele se tornou. 

A narrativa então passa a nos mostrar passado e presente de Asterios, mostrando desde um ocorrido em seu nascimento, e o que isso vai interferir no modo como a história é contada, passando pela sua formação acadêmica ao início de seu relacionamento amoroso. Enquanto isso, no presente, o personagem vai seguindo um destino imprevisível, que eu não fazia ideia o que poderia vir em seguida, e esse é um dos fatores que me fizeram devorar a obra em pouquíssimo tempo. 

Entre passado e presente o autor ainda usa alguns momentos de reflexão do personagem, algo para refletir e pensar sobre algumas questões sociais e internas de Asterios, algumas delas estendíveis a quem lê. Foram partes que me ganharam aos poucos e, apesar de acabarem rapidamente, no começo foi um pouco arrastado pra mim, mas depois me acostumei com elas e fluiu como todo o resto da história.

Os rumos que o autor dá para a história são muito instigantes e o enredo se encerra de uma forma absurdamente incrível. É fantástica a evolução do protagonista durante a trama, se formos compará-lo no fim com o homem do começo é perceptível a mudança em seus gestos e na forma de ver as coisas ao seu redor. O autor merece todos os louros pois a arte gráfica é fundamental para a obra passar tudo que ela precisa passar. É cada traço feito da maneira correta que faz a leitura de Asterios Polyp ser uma experiência extraordinária. Adorei.

Segue algumas imagens da história:





Uma leitura singular que vai te fazer analisar alguns aspectos na sua maneira de se portar e de mostrar seus sentimentos, Asterios Polyp é uma graphic novel indispensável a todo fã de histórias em quadrinhos. David Mazzucchelli gênio!

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