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7 de abril de 2014

O Pessegueiro, de Sarah Addison Allen

Autora: Sarah Addison Allen
Número de páginas: 248
Ano: 2013
Editora: Planeta
SINOPSE: Bem-vindo a Walls of Waters, um lugar onde o aroma das flores envolve o ar e os pássaros parecem ter algo a dizer. Essa é a cidade onde vive Willa Jackson, uma jovem descendente de uma família falida que luta para esquecer a imagem da garota inconsequente que já foi um dia. Quando sua ex-companheira de colégio e socialite perfeita Paxton Osgood a convida para a festa de 75 anos do Clube Social Feminino, ela fica receosa em comparecer por sentir que não faz parte daquele mundo... No entanto, a ocasião acabará se revelando uma excelente oportunidade para Willa desenterrar fatos surpreendentes que reverberam até hoje em sua própria história. Qual é o segredo que une famílias Jackson e Osgood? Será que a verdadeira amizade consegue transpor as barreiras do tempo? Deixe-se inebriar por esse romance que une realismo e magia de forma envolvente, e descubra quão delicado e importante é o papel dos amigos em nossa vida.

O Pessegueiro é o tipo de história que a sinopse não conta muita coisa, e é realmente preciso um cuidado especial na hora de resumir esse tipo de obra porque um detalhezinho que escapa acaba sendo spoiler. Um dos motivos de eu ter ficado curioso com esse livro foi justamente esse suspense/mistério que a premissa instiga no leitor e depois que li a resenha da Lu, do Estante Vertical, que teceu comentários muito positivos a respeito da obra, a vontade de ler cresceu ainda mais. 

Eu não sei explicar exatamente onde Sarah Addison Allen é diferente, inédita em sua escrita. Mas ah, ela é. Desde o começo da obra eu percebi uma serenidade, uma clareza na escrita da autora, um modo de conduzir o enredo e colocar um sentimento forte nas palavras que é muito raro por aí. Allen possui um dom de transmitir emoção em cada frase e passar verdade nos conflitos da obra. Além disso, ela cria diálogos extremamente inteligentes que só fazem acrescentar o quão impecável é sua escrita. 

A mistura entre o real e o mágico entrelaçou-se muito bem na trama e todo o mistério que envolve as famílias é totalmente instigante e me motivou por toda a história. A magia aqui não é algo explícito, é mais como uma força oculta agindo para que alguns acontecimentos se desenrolem, como se houvesse o tempo todo uma energia influenciando tudo ali, alterando a sequência dos fatos. Esse clima de que algo surreal sempre podia acontecer deu um bom gás na leitura e não deixou com que a história se estabilizasse em nenhum momento. 

Uma outra característica muito bacana da escrita da autora é essa expectativa que o leitor cria em seus suspenses e nos desdobramentos da trama. As resoluções dos mistérios acabavam sendo mais simples, porém melhores do que imaginávamos. É impressionante a forma como ela deu soluções que eu nunca imaginaria e ao mesmo é tão lógico que fiquei: como não pensei nisso antes?

Falando sobre alguns pontos negativos, devo ressaltar a minha antipatia com alguns personagens da trama, mais precisamente com as protagonistas. Paxton foi uma personagem muito complicada para mim. Ao mesmo tempo que eu tinha uma ternura por ela e entendia algumas de suas ações, eu queria entrar dentro da história e chacoalhá-la pra ver se a dita cuja acordava pro mundo, tomava uma atitude adulta e fazia o que ela se sentia bem, sem se preocupar com o que as pessoas iam dizer. Já Willa foi uma personagem que me cativou mais, é independente, livre, mas ao passo que ela possui essa independência, senti uma insegurança muito grande na sua forma de pensar, um receio de se envolver, medo de arriscar e isso ia me afligindo, pois eu queria mais das duas, e as algumas vezes não vinha

O desfecho aconteceu da forma que eu esperava, claro que com algumas surpresas de tia Sarah, mas todos os segredos e mistérios que a narrativa apresenta têm seu fechamento todo costurado, sem nenhuma ponta solta. Nesse fim, é visível a evolução que os personagens apresentam e a autora, com toda a sua eficiência, conseguiu me fazer pelo menos criar uma afeição para com as protagonistas da história. rs

Quando o livro chegou para mim fiquei impressionado com o capricho e a qualidade da edição da Planeta. A capa possui uma sutileza especial, um charme único e não precisou de muitos elementos para ser grandiosa. 
Por dentro a edição também não decepcionou: cada começo de capítulo possui um detalhe lindo que brinca com as linhas e dá ao exemplar uma beleza ainda maior. Além disso, as folhas são amareladas e a fonte é de um excelente tamanho. 




Um comentário:

  1. Oi, Gustavo!
    Já ouvi falar muito bem sobre esse livro.
    E pela sua resenha, esse fato se comprova ainda mais.
    Já incluí na minha lista!

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