Cartas de Amor aos Mortos, de Ava Dellaira

Autora: Ava Dellaira

Número de páginas: 344

Ano: 2014

Editora: Seguinte

Cartas de Amor aos Mortos será lançado pela Editora Seguinte no dia 05 de julho. 

SINOPSE: Prestes a começar o ensino médio, Laurel decide mudar de escola para não ter que encarar as pessoas comentando sobre a morte de sua irmã mais velha, May. A rotina no novo colégio não está fácil, e, para completar, a professora de inglês passa uma tarefa nada usual: escrever uma carta para alguém que já morreu. Laurel começa a escrever em seu caderno várias mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Elizabeth Bishop… sem nunca entregá-las à professora.

Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.

Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era - encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um - é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.

Querida Laurel,

Primeiramente eu gostaria de te agradecer por contar sua história ao mundo. Sério, são obras como a sua que me fazem refletir sobre várias coisas do mundo. São personagens como você que conseguem transformar um pouquinho que seja o pensamento de algumas pessoas sobre a vida e como nós a interpretamos. O mundo precisa de mais livros como o seu, e precisa de mais pessoas que os leiam. Como precisa...

Mas deixando um pouco o sentimentalismo pra lá (ou nem tanto, já que qualquer coisa que eu vá falar de você envolve minhas emoções), gostaria de conversar um pouco sobre a sua narrativa. Desde o começo eu vi em você uma personagem com muito potencial, mas não era algo inédito em minhas leituras. Sempre introspectiva e quieta, você me lembrou muito a Melinda, de Fale! e o Charlie, de As Vantagens de ser Invisível, e essas duas comparações se estenderam até boa parte da história, até que você ganhou personalidade própria e eu consegui enxergar a Laurel na história. 

Agora que conheço toda a sua história fica mais fácil de entender algumas de suas atitudes e porquê em alguns momentos você não se impunha na história. Perder alguém tão importante não deve ser nada fácil e conseguir lidar com esse vazio e ainda conviver com uma família desestabilizada desestrutura qualquer um. As vezes que você era contraditória, confusa, são bem explicadas e acho que você conseguiu mostrar ao leitor o porquê de tudo.

O que começa com uma lição passageira acaba se tornando algo muito maior e as cartas aos ídolos que já nos deixaram são para você o refúgio do mundo, ali você consegue expressar o seu íntimo e tudo o que está se passando dentro de você da maneira mais honesta possível. Essa sua entrega aos textos é o ponto mais alto do livro pra mim, pois a cada carta você se abre um pouco mais, como se começasse a criar uma confiança nas pessoas. Cada momento que você está passando se destina a uma pessoa que tem uma lição sobre isso e é genial te ver relacionando algo que aconteceu na vida de Kurt Cobain e algo que está acontecendo na sua. 

Saiba que eu te admiro muito e sua lição de transformação e recomeço com certeza mudou um pouco meu jeito de encarar os problemas e desafios que a vida nos traz. Reclamamos muito de coisas banais, enquanto há tantas pessoas com problemas infinitamente maiores que os nossos. Você mostrou que sozinhos não conseguimos nada, sempre vamos precisar de um ombro amigo e o apoio de quem nos ama para estar perto e nos amparar nas dificuldades. 

Sua história está entre os melhores livros desse ano. Obrigado por tudo. 

Beijos,

Gus

P.S.: Avise a Seguinte que a capa do seu livro está incrível!
P.S.2: Mande um beijo pra Hannah e pra Natalie por mim!
P.S.3: Mande outro beijo para a Ava e diga que ela ganhou um fã!

"— Sabe por que se apaixonar é o que pode acontecer de mais profundo com uma pessoa? Porque quando estamos apaixonados, estamos totalmente em perigo e completamente salvos, os dois ao mesmo tempo." — Página 156.