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25 de maio de 2014

Caninos Brancos, de Jack London

Oi, gente! Pra quem não me conhece, sou o Matheus (quem quiser me seguir é @baciil - o que não aconselho hahahahaha) e vou ser o novo colunista do Jantando Livros! :D 
Vez ou outra eu resenho em blogs de alguns amigos, mas nunca tive nada fixo. Quando o Gus me chamou pra ser resenhista fiquei bastante feliz. hehe. E para abrir minha participação no JL, eu escolhi Caninos Brancos, do autor Jack London. Espero que gostem da estreia, agora vocês me verão sempre por aqui. Até a próxima! :D

Autor: Jack London
Número de páginas: 296
Ano: 2014
Editora: Penguin-Companhia

Um clássico da literatura americana cheio de vida, selvageria, amor e instinto. Conheça Caninos Brancos, de Jack London, publicado pelo selo Penguin-Companhia:

SINOPSE: Caninos Brancos é um lobo que foi capturado antes de completar um ano de idade, é usado como puxador de trenó e obrigado a lutar pela sobrevivência em uma matilha hostil. Mais tarde repassado a um dono inescrupuloso, é transformado em cão de rinha e, mesmo depois de resgatado desse universo de violência, ainda precisa de um último ato de heroísmo para conseguir sua redenção e finalmente encontrar seu lugar no mundo. Em Caninos Brancos (1906) Jack London narra a história de um animal que precisa suprimir seus instintos para sobreviver na civilização. 

Não imaginei que fosse gostar do livro. Principalmente porque esses clássicos antigos (Caninos Brancos foi lançado originalmente em 1906!) não são muito a minha praia, mas com este livro foi diferente. Jack London é um autor de mão cheia, escreveu um livro único e muito bem escrito por sinal. 
“De um jeito vago, a luta a deixava contente, pois aquela era a forma selvagem de demonstrar amor, a tragédia sexual do mundo natural, que só era tragédia para os que morriam. Para os que sobreviviam não era tragédia, mas sim realização e conquista.” — página 63.
O livro em si narra, em terceira pessoa, a trajetória de vida de Caninos Brancos, desde antes do seu nascimento até sua ascensão da fase adulta. A narrativa de London é bastante descritiva, filosófica e psicológica, digamos, mas muito boa de se ler. Quando eu digo descritiva é porque quando você lê o livro, você consegue imaginar com clareza e perfeição tudo o que é descrito e falado; parece que você está junto de uma fogueira no meio do inverno nevado de Yukon.  Agora, quanto ao psicológico, o autor é um fenômeno. Jack London consegue se situar tão bem na cabeça de um animal que é como se o próprio Caninos Brancos tivesse contado para o autor como foi a sua vida, tudo o que pensou, como foi que agiu e se sentiu diante dos acontecimentos. 
“Estava ocupado e feliz demais para notar que estava feliz. Sentia-se entusiasmado e eufórico de um jeito totalmente novo e com uma intensidade que jamais havia sentido em toda a sua vida. (...) Estava justificando a sua existência, que é a coisa mais importante que um ser vivo pode fazer, pois uma vida atinge o ápice quando faz com o máximo empenho aquilo para o qual foi equipada para fazer.” — página 93.
O autor consegue ir tão a fundo na cabeça de Caninos Brancos que é possível de perceber como ela realmente funciona, diferente nas 4 situações em que o lobo passa – uma fase selvagem, outras três com donos totalmente diferentes e domesticado. Por exemplo, chamar os humanos de deus-humano, ou como é o amor do lobinho com sua mãe, ou a submissão para o deus-amoroso ou o ódio sentido pelo deus-louco, ou como o lobo de sente sendo um lobo que virou cão de briga ou quando foi odiado por todos os outros lobos do bando... E isso é só o começo! É interessante perceber a antropomorfização que London dá ao lobo, como ele se sente feliz, ou raivoso, ou triste, ou com medo, pensa de tal maneira que ele mesmo consegue identificar e saber o que é a dor, e como evitá-la. Tudo isso é um prato cheio para leitores que buscam algo não convencional e que agrade.  
“Na verdade, o filhote cinzento não era dado a pensar – pelo menos, não do modo como as pessoas costumavam pensar. O cérebro dele funcionava de maneira mais vaga. No entanto, as conclusões a que o filhote chegava eram tão claras e perspicazes quanto aquelas a que as pessoas chegam. Ele tinha um jeito de aceitar as coisas sem questionar a causa nem a razão de ser delas.” — página 83.
A edição da Penguin-Companhia é muito agradável. Fonte, tradução, capa, tudo no maior capricho. O livro ainda conta com uma introdução do autor Daniel Galera que é espetacular! Eu li a introdução antes e depois do livro, mas pra quem quer se aventurar no escuro recomendo ler a introdução só depois de concluir a leitura. 

O autor conseguiu reunir no livro com o maior cuidado toda uma psicologia canina misturada com a civilização humana, o que deixa uma ambiguidade para o leitor: Caninos Brancos agiu com seu instinto selvagem ou as consequências de seus atos foram atribuídas aos moldes da civilização humana sobre ele? O livro tem muita coisa interessante a ser lida e pensada, e é muito bom. Recomendo para todos a se aventurarem em uma aventura gelada. 


3 comentários:

  1. Sempre que escuto falar em Jack London, escuto maravilhas! E, ainda assim, o enredo dos livros nunca me interessa, hehe... mas acho que mais cedo ou mais tarde vou ter que dar uma chance, assim, no escuro, como você disse; até porque tem autor que consegue tornar qualquer coisa interessante por meio do seu estilo de escrita, né?!
    Boa resenha de estreia! \o/
    Blog da Mo

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  2. um dos meus livros preferidos. London foi um escritor brilhante...
    bjs
    http://torporniilista.blogspot.com.br/

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  3. Parabéns por entrar na equipe do blog. É a minha primeira visita aqui e já gostei muito. Ótima resenha, Abraço!
    Www.likelivros.blogspot.com

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