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2 de maio de 2014

Almanova, de Jodi Meadows

Autora: Jodi Meadows
Número de páginas: 288
Ano: 2013
Editora: Valentina

SINOPSEAna é uma almanova. Por milhares de anos, em Range, as almas reencarnaram em um processo contínuo, evolutivo, conservando as memórias e experiências de vidas passadas. Quando Ana nasceu, porém, outra alma desapareceu, e isso se tornou um mistério.
A própria mãe acredita que Ana é uma sem-alma, um presságio de que o pior está por vir, por isso decidiu afastá-la do convívio social. Para escapar da reclusão e descobrir se reencarnará, Ana partirá em uma jornada até a cidade de Heart. Contudo, os moradores temem sua presença e o que ela significa. Quando dragões e sílfides atacam a cidade, poderá Ana ser responsabilizada pelo infortúnio?
Sam acredita que a alma nova de Ana é boa e importante. Quando ele passa a defendê-la, um relacionamento floresce. Mas será que Sam pode uma pessoa que viverá apenas uma vida? Será que os inimigos de Ana (seres humanos e criaturas mitológicas) permitirão que fiquem juntos? Ana precisa desvendar o erro que lhe deu a vida de outra pessoa, mas será que essa busca ameaçará a paz de Heart e destruirá a promessa de reencarnação para todos?


Antes de mais nada eu preciso dizer que Almanova foi uma experiência totalmente diferente de tudo que já li. Em um mercado editorial onde se busca o diferencial, o inovador, e é claro, o bom, em meio a tantos iguais, Incarnate é uma obra única, um achado. A contrapartida é que, criar uma nova mitologia pode ser arriscado e precisa se ter um cuidado muito grande para que o leitor possa conhecer e entender toda a criação do autor. Jodi Meadows conseguiu, em partes, fazer isso. 

O que acontece: a história nos apresenta os detalhes sobre as almas aos poucos, conforme vai sendo necessário dentro da trama. Então assim, no começo, temos apenas uma explicação rápida do que é Ana e porque todos a veem como diferente. A história vai se passando, novas informações vão sendo acrescentadas e a construção desse universo vai se formando. Tá, até aí tudo bem, mas o que me incomodou dentro do enredo foram as perguntas que comecei a me fazer, os fatos eram apresentados e eu ficava: mas por quê? Como? Não houve algumas respostas para as possibilidades das informações que a história contava, e isso me deixou confuso em entender alguns pontos da narrativa. Aí você fala: "Ai, Gustavo, é o primeiro livro, no segundo ou terceiro as respostas devem vir". Sim, talvez a autora explique melhor alguns fatores, mas eu achei que tinham coisas que precisavam de uma explicação ali para a trama se desenvolver de forma mais clara e coerente e isso, infelizmente, não aconteceu. 

Sobre a narrativa da autora, tenho que admitir que fiquei surpreso com o poder das palavras de Jodi e o quanto ela conseguiu prender o leitor à obra. Embora a escrita não seja leve (a história é contada em primeira pessoa por Ana), encadeando em a narrativa não ser tão rápida, isso devido ao gênero e à mitologia tratada
, que precisavam de explicações, detalhes e uma parte mais teórica, digamos assim, Meadows conduziu bem a trama, manteve o enredo em alta em todos os momentos e quando a história partia para esse caminho mais monótono, das teorias e explicações, aconteciam reviravoltas que davam um novo gás à leitura. 

Com personagens fortes e misteriosos, como um todo gostei bastante do papel de cada um dentro da trama e a única ressalva que faço é quanto a personalidade da protagonista, que em alguns momentos me pareceu contraditória, boba e indecisa, e não o indecisa aceitável, o indecisa ao ponto de me dar nos nervos. Contudo, ressalvando os pontos que falei, consegui gostar de Ana e torcer para que ela pelo menos desse um rumo em sua vida, e olha que eu raramente me afeiçoo a protagonistas, porque sempre acabo achando-os caricatos, "preciso ser bonzinho", e não têm margem para algumas ousadias que os secundários possuem. Achei que a autora criou uma personagem mais aberta a possibilidades e muito ainda pode ser trabalhado ainda com essa protagonista, vamos aguardar os próximos episódios. 

E quanto a edição do exemplar, todo o meu amor a Editora Valentina por terem mantido a capa original (aliás, as capas dessa série são todas incríveis), que conta com um brilho multicolor quando você balança o livro e dá uma beleza ainda maior à obra. Folhas amareladas, uma fonte de bom tamanho e diagramação simples, com detalhes no começo de capa capítulo, completam os fatores positivos da edição. Valentina mostrando cada vez mais seu potencial e surpreendendo os leitores em cada nova obra publicada. Ponto pra editora!

A série Incarnate tem tudo o que uma boa história deve conter, a autora só precisa tomar cuidado na composição dos elementos do universo que ela criou. Continuarei sim acompanhando a saga e espero muito que em Almanegra ela consiga trabalhar melhor os detalhes do mundo das almas de um modo em que não fiquem dúvidas no ar. Recomendadíssimo se você gosta de conhecer de histórias diferentes com novos seres e mitologias. 


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