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25 de janeiro de 2014

Prince of Thorns, de Mark Lawrence

Autor: Mark Lawrence
Ano: 2013
Número de páginas: 360
Editora: Darkside Books

SINOPSE: Ainda criança, o príncipe Honório Jorg Ancrath testemunhou o brutal assassinato da Rainha mãe e de o seu irmão caçula, William. Jorg não conseguiu defender sua família, nem tampouco fugir do horror. Jogado à sorte num arbusto de roseira-brava, ele permaneceu imobilizado pelos espinhos que rasgavam profundamente sua pele, e sua alma.

O príncipe dos espinhos se vê, então, obrigado a amadurecer para saciar o seu desejo de vingança e poder. Vagando pelas estradas do Império Destruído, Jorg Ancrath lidera uma irmandade de assassinos, e sua única intenção é vencer o jogo. O jogo que os espinhos lhe ensinaram.



E então me deparo com mais uma vez com o tema vingança em um livro. Dessa vez num universo medieval, onde um príncipe ainda criança presencia cenas que mudarão completamente sua personalidade e seu modo de viver. Os espinhos da roseira-brava o protegeram da morte, mas não do trauma de ver sua mãe e seu irmão sendo assassinados e de não ter podido fazer nada. Quando os homens do rei o encontram, ele é levado à Sala de Cura, uma espécie de enfermaria. Não havia muita esperança, os ferimentos eram muitos, mas algo dentro de Jorg é mais forte que tudo isso e um sentimento o enche de força e numa súbita melhora, ele foge e vai atrás do que ele mais almeja. Vingança. 
"'Diga-me, tutor. A vingança é uma ciência ou uma arte?'" – Jorg Ancrath, página 40.
Eu sou fascinado por livros medievais, cada nova obra que leio desse gênero é uma experiência incrível, porque mesmo pertencendo ao mesmo tema, nenhum medieval é igual ao outro. Mas a minha grande dificuldade com esses enredos é lê-los com voracidade, pois são livros que cansam mais, há muitos personagens, postos, lugares, uma linguagem mais difícil, porém como eu disse, nem por isso eles são ruins, só possuem uma narrativa mais densa e que precisa de mais cuidado. Com Prince of Thorns foi assim, a história é fantástica, mas demorei mais do que costumo para concluir a leitura. 

O livro possui uma característica que eu prezo muito em uma boa história: a imprevisibilidade. Gosto quando o autor dá um rumo inesperado à narrativa e me surpreende de uma maneira positiva, fazendo com que a leitura fique envolvente e instigante. Esse é um dos pontos mais fortes desse primeiro volume da Trilogia dos Espinhos e o que fez a história ser uma obra única e surpreendente.

A narrativa do livro é em primeira pessoa, então durante toda a trama temos apenas a visão de Jorg da história, o que dá ao enredo uma intensidade ainda maior. Além disso, o autor também intercalou os capítulos entre passado e presente, esclarecendo assim os fatos e dando as respostas para como tudo chegou onde está. 

Falando do protagonista, Jorg é frio, cruel, impiedoso, capaz de qualquer coisa para conseguir o que ele almeja. Mark Lawrence soube como moldar um personagem sem a menor compaixão, como se ele tivesse raiva de estar vivo e então precisa descontar no mundo o seu ódio. O trauma que ele viveu o transformou em um monstro, as atitudes e ações dele não são de um adolescente, só uma mente muito perturbada é capaz de fazer o que ele faz. Jorg é a figura do anti-herói, uma pessoa que catalizou tudo de ruim no episódio traumático que sofreu e transformou isso no modo de conduzir sua vida, se vingando, mas ao tempo fazendo justiça. É um personagem forte, que no mínimo te faz ficar inquieto com suas atitudes.

À Darkside Books, só tenho que agradecer por agraciar os leitores com essa edição espetacularmente incrível: folhas amareladas, fonte de ótimo tamanho, diagramação cheia de detalhes, além de ser em capa dura e soft touch. Sensacional!

E entre tantas reviravoltas e batalhas de tirar o fôlego, o desfecho deixa um angustiante desejo de quero mais, e a Darkside já anunciou: para o anseio dos leitores, KING OF THORNS chega ainda no primeiro semestre \o/


11 comentários:

  1. Quando olhei para o livro e li a sinopse logo pensei em uma versão mais "teen" do livro Game of Thrones. De qualquer maneira, tenho curiosidade por este livro e muita vontade de ler!

    memorias-de-leitura.blogspot.com

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  2. Fiquei bem interessado no livro, não leio muito esse gênero mas tem alguns livros desse gênero que me chamam minha atenção. Essa capa é linda, a Darkside esta fazendo um trabalho muito bom com os livros deles, essa edição em capa dura esta de parabéns.
    Abraço,

    Guilherme
    leituraforadeserie.blogspot.com

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  3. Salve, salve, Gus!

    Antes de tudo: suas resenhas estão melhores, é visível o seu amadurecimento na escrita e eu estou gostando muito disso, sério. Acho que você está atingindo o lugar que sempre almejou.

    "Prince of Thorns" sempre me chamou a atenção pela capa, o trabalho da Darkside ficou realmente muito bacana e eu sinto uma vontade pequena de ler, rs. A premissa é muio interessante e o tema medieval me atrai 40%. Como você bem sabe não me dou muito bem com livros do gênero, não me atrai muito, mas acho que iria gostar muito de "Prince of Thorns".

    Vou procurar em alguns sites o livro e se eu encontrar com um preço, pretendo comprar! Afinal, o segundo já está quase chegando...

    Um abraço | Um Leitor a mais

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  4. Amei o livro, fazia tempo que não lia algo tão sombrio, rs.
    Ansiosa para a continuação. Esta edição da editora está linda demais! <3
    beijos
    apenas-um-vicio.blogspot.com.br

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  5. Oi Gus!
    Eu não sabia que essa história era assim, então eu com certeza vou querer lê-la, pode ter certeza.
    O livro deve ser incrível, então, bora lá.
    Parabéns pela resenha,
    Ana.
    http://www.umlivroenadamais.com/

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  6. Oi, Gustavo!
    Adoro esse gênero literário e com certeza "Prince of Thorns" me chamou atenção. Livros em primeira pessoa costumam me agradar imensamente, acho que a gente acaba por se aproximar mais do protagonista, ainda que isto signifique não ter uma abrangência maior dos secundários, :/
    Fiquei curiosa pela obra!

    Beijo,
    Sofia - Lendo de Tudo

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  7. Olá!
    Então, não sou muito fã desse estilo de leitura.. não curto muito histórias medievais e etc.. mas realmente esse livro parece ser legal.
    Uma das características que você citou e que eu gostei foi dar "um rumo inesperado à narrativa", adoro quando o autor faz isso e nos deixa totalmente surpresos com os fatos que se sucedem!

    Beeijos,
    iSteh

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  8. Mas gente!! Quero Jorg já!! Ah! Eu tenho, rsrs.
    Não vejo a hora de conseguir mergulhar neste mundo medieval que amo tanto!!
    Lerei em breve.

    Ficou linda a resenha!! Com certeza esse tipo de livro exige um pouco mais de atenção, mas sempre vale a pena!!

    Bjkas

    Lelê Tapias
    http://topensandoemler.blogspot.com.br/

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  9. Também estou super contente pela parceria com a DarkSide e já comecei a ler meu Prince Of Thorns. Uma pena que minha ressaca não deixou terminá-lo, mesmo amando o início de todas as formas.
    Parabéns pela resenha e pela parceria!

    Beijos.
    Próximas Leituras l Páginas na Estante.

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  10. Acabei só vindo aqui agora comentar a sua resenha porque quis publicar a minha antes de saber se tivemos as mesmas impressões e estou assustada: aparentemente, a experiência de leitura foi tão incrível para você quanto foi para mim.

    Concordo intensamente com esse pedaço da sua resenha: "Mas a minha grande dificuldade com esses enredos é lê-los com voracidade, pois são livros que cansam mais, há muitos personagens, postos, lugares, uma linguagem mais difícil, porém como eu disse, nem por isso eles são ruins, só possuem uma narrativa mais densa e que precisa de mais cuidado. Com Prince of Thorns foi assim, a história é fantástica, mas demorei mais do que costumo para concluir a leitura." Tive a mesma sensação durante a leitura, mas a abundância de personagens não foi o que me segurou, mas sim a complexidade da narração introspectiva do Jorg. Eu senti um carisma forte dele por trás da crueldade toda e me dediquei a tentar compreender o personagem. Achei que o autor deu tanto foco ao Jorg que subestimou seus outros personagens. Tirando isso, não tenho nada a reclamar da trama toda. Uma obra maravilhosa, sem dúvida!
    Quero mto o King! *-*

    Bjos, Gus.
    May - Chá de Prosa.

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  11. Acabei só vindo aqui agora comentar a sua resenha porque quis publicar a minha antes de saber se tivemos as mesmas impressões e estou assustada: aparentemente, a experiência de leitura foi tão incrível para você quanto foi para mim.

    Concordo intensamente com esse pedaço da sua resenha: "Mas a minha grande dificuldade com esses enredos é lê-los com voracidade, pois são livros que cansam mais, há muitos personagens, postos, lugares, uma linguagem mais difícil, porém como eu disse, nem por isso eles são ruins, só possuem uma narrativa mais densa e que precisa de mais cuidado. Com Prince of Thorns foi assim, a história é fantástica, mas demorei mais do que costumo para concluir a leitura." Tive a mesma sensação durante a leitura, mas a abundância de personagens não foi o que me segurou, mas sim a complexidade da narração introspectiva do Jorg. Eu senti um carisma forte dele por trás da crueldade toda e me dediquei a tentar compreender o personagem. Achei que o autor deu tanto foco ao Jorg que subestimou seus outros personagens. Tirando isso, não tenho nada a reclamar da trama toda. Uma obra maravilhosa, sem dúvida!
    Quero mto o King! *-*

    Bjos, Gus.
    May - Chá de Prosa.

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